Artigos - Blumenau (2)
Há dias que venho adiando começar este texto, sobre os acontecimentos
atuais
em nosso Estado de Santa Catarina. O fato é que não
param de chegar más notícias e é como em Ezequiel 7, 25 É a ruína
que está chegando. Procurar-se-á salvação, sem que se possa
encontrá-la. 26 Sobrevirão desastres sobre desastres, má nova sobre má
nova. Sim, ainda que esta seja apenas uma situação localizada e
diante daquilo que virá adiante – e não demora – tudo isso que está
aqui acontecendo não passa de mero espectro.
Realmente demorei a começar a escrever, porque não quero ser como uma
gralha que grita depois de espantada, nem tampouco ave de mau agouro,
que somente fala em coisas ruins. A verdade é que o meu modo de ver
tudo isso – os leitores sabem como penso – não se prende à face
aparente, mas àquela que se esconde por trás de tudo isso. Falo não
dos efeitos visíveis, mas das causas da tragédia. Assim, se fosse
gralha, não teria escrito aquele artigo anterior em 2004, e para ser
ave agourenta, somente se falasse mentiras. Mas avisar que vem algo
muito pior, se o povo não se converter, isso é falar a verdade.
De fato, a própria ciência se vê bestificada e sem explicação para o
que aconteceu nesta região. Afinal, são terrenos que estão naquela
configuração a milhares de anos e parecem terra firme, chão duro,
entretanto bastaram alguns dias a mais de chuvas, para que as terras
se empapassem e para que, escorrendo pelas rochas do fundo,
transformassem as encostas em verdadeiros tobogãs. Jamais, desde que
existem estas cidades, houve algo tão catastrófico, nem mesmo as
enchentes de 1983 que subiram cinco metros mais alto do que estas.
Isso porque choveu apenas no médio vale para baixo, imaginem se as
cabeceiras dos rios tivessem colhido a mesma água! Teria chegado ao
topo dos edifícios.
Nestes últimos dias tenho recebido muitos artigos escritos com emoção,
por pessoas que estavam nas cidades atingidas e humanamente – como já
disse – não há como não sentir angústia. Famílias que construíram suas
vidas em certos locais, por gerações seguidas, agora em abrigos se
perguntam atônitas: para onde vamos? Aqueles que moravam nos morros
deslizaram montanha abaixo, os que moravam na planície viram estufar o
solo e rachar suas casas, ou soterrar tudo, tornando-as inabitáveis. E
muitos perderem tudo, e muitos perderam suas vidas, este o dom mais
precioso.
Onde estava Deus naqueles dias? Por que Deus faz chover tanto num
local, enquanto noutros temos seca? Por que Deus castiga um povo tão
bom, tão ordeiro e trabalhador? São três perguntas que ecoam surdas,
sem respostas. Talvez, em muitos corações, ecoem como um brado de ódio
contra Deus, que os abandonou! Mas eu pergunto: quantos são os
daquelas cidades atingidas, onde residem mais de um milhão de pessoas,
que fizeram a si mesmos as verdadeiras perguntas, ou souberam dar as
respostas corretas?
E disso tudo nós podemos tirar a lição central de toda esta tragédia:
ela aconteceu pela falta de Deus na vida da maioria daquelas pessoas!
Esta é a grande verdade!
Digo a maioria, porque aos poucos surgem histórias incríveis sobre a
proteção havida nas casas daqueles que rezavam. Um senhor, nem
convertido, me contou hoje que, num lado de uma rua de ladeira, as
pessoas se reuniam semanalmente, uma ou duas vezes em casas sempre
diferentes, para rezarem o terço nas famílias. Do outro lado da rua,
não! Bem, o lado que não rezava deslizou colina abaixo. O que rezava
ficou inteiro, sem movimentar uma só casa! Coincidência? Nada disso!
Chama-se presença ou ausência de Deus!
Já coloquei no artigo anterior a situação geral destas cidades, e
posso garantir que se trata de um vale rico, com famílias de bom
padrão de vida em geral, região onde não falta trabalho, nem emprego.
Quem quiser realmente trabalhar ali encontrará o que fazer e como
ganhar a vida. Há muita gente rica em toda a região atingida. Naqueles
vales, onde cortam os riachos que abastecem o Rio Itajaí, existem
milhares de residências bonitas que não fazem inveja de nenhum vale
europeu.
Como eu disse também, residem em Blumenau muitas famílias santas,
gente boa, que reza de fato e cumpre o que a Lei de Deus pede e a
Igreja aconselha. Quanto a estes, até agora não soube de um só caso em
que tivessem ficado ao desamparo. Mas devemos ser sinceros e muito
claros, a imensa maioria daquele povo não cumpre mais a lei de Deus, e
nem está aí para a Igreja. Para começar é uma região de formação
protestante, um povo que nem de perto leva uma vida de profunda
oração. De certa forma, podemos dizer que o povo católico é
contaminado por este espírito de pouco caso quanto a Deus, este modo
superficial de tratar das coisas Dele, de modo que se trata, em
síntese, de uma região que, no fundo, escolheu outro senhor para sua
vida: o dinheiro!
Eu falei em vales,
em natureza... Comecemos pela pergunta: o que se pôde
ouvir nestes vales e gargantas que agora se deslocaram, nos últimos
anos? Acaso cantos de louvor ao Criador de todas aquelas maravilhas?
Acaso preces de famílias agradecendo a prosperidade da região e as
benesses que Deus lhes proporcionou? Acaso uma Igreja Católica forte,
pujante e vivenciadora dos Sacramentos? Com bons e santos sacerdotes?
O que mais escutaram aqueles vales? Brigas de família, disputas de
terras, e gritos e risos de alegria e festa. As famílias, nos fins de
semana, têm tempo para o churrasco de fim de semana, para a pelada de
meios bêbados, para pôr a fofoca
em dia... Tempo para tudo, menos tempo para Deus. O
principal! De fato, a região tem algumas igrejas, mas, verdade é que,
se todos os que se dizem católicos buscassem a Missa dominical, os
padres precisariam começar a rezar Missa na madrugada, sempre com
capela lotada, até à noite. Assim, o que vemos é uma Missa somente, e
sem a Igreja lotada. Quando lota? No dia do santo, quando vai ter
festa, depois, churrasco e cerveja!
Falando em festa, tem lá em Blumenau a Oktoberfest, que de um motivo
inicial, para animar a cidade após as enchentes, tornou-se hoje numa
festa pagã, onde se reúnem, de todos os lados, toda sorte de gente
maluca. E degenerada! Desta forma, ao invés de uma celebração sadia,
tornou-se mais numa afronta a Deus, numa celebração ao deus Baco, onde
já não pode chegar uma família honrada sem adquirir contaminações. Ou
seja, por todos aqueles vales, agora inundados e atolados em lama, não
eram para Deus os louvores, e sim para o rumor de festejos. Algo mais?
Sim, falando em padres, já mencionei a resposta dada por um dos
sacerdotes: eu é que não vou celebrar Missa! Vêm só cinco pessoas
mesmo! Bem, acredito que ele entende menos do valor infinito da
Santa Missa do que os cientistas entendem de encostas sob risco. O
valor dela não está no numero de fiéis que dela participam, mas sim no
Cristo que se oferece como vítima expiadora. Ela é sempre infinita! E
é disso exatamente que precisa aquele povo: precisa de expiação pela
cadeia infinita de pecados que comete diariamente! Pelo descaso que
tem tido para com as coisas da Igreja e de Deus!
Da mesma forma, o governador de nosso estado logo tratou de passar aos
turistas que nos visitam o seguinte recado: podem vir que as praias
já estão limpas! Não teria sido um gesto melhor dizer assim: podem
vir rezar conosco, para que se aplaque a divina ira e que assim cessem
tantas desgraças? Não seria melhor ele encabeçar correntes de oração,
formar grupos de família em torno do Rosário? Não seria mais eficaz
programar horas de adoração e reparação, que abrir caminho para
exposição de corpos e nudismos? Fizeram correntes de “solidariedade”,
mas nenhuma fortaleza, nenhuma barreira de orações!
De fato, em todo o noticiário, não se viu um só movimento do povo
daquelas regiões no sentido de agradecer. Sim, especialmente aqueles
que não foram atingidos, ou os que conseguiram escapar com vida no
meio de tanta destruição. Não seria tempo, agora, de eles lotarem as
igrejas e capelas, mudando os gritos de desespero em preces e
súplicas? Não se vê nada disso; nenhuma Igreja, nenhuma capela, nenhum
padre, nem sequer um só bispo. Todos tratam de voltar à vida normal,
como se nada tivesse acontecido. Quem sabe em milhares de gargantas
fica ainda um grito de revolta contra Deus!
O que pode esperar este povo, e assim o povo de cada cidade, de cada
vila, de cada nação do planeta? Sim, Blumenau é apenas um pálido
exemplo daquilo que virá e não demorará. Tenho recebido notícias de
que alguns sacerdotes felizmente estão acordando para a realidade. É
impossível que qualquer pessoa, ainda ligada em Deus, não perceba que
estes são ainda pequenos avisos e sinais dados por Deus, de que não
está contente em nada com aquilo que a humanidade está fazendo. Mas
são muito poucos aqueles que acordam! São raríssimos aqueles que ainda
se deixam guiar pelo Espírito Santo.
De fato, se os padres de todas a regiões atingidas se deixassem guiar
por Deus, eles não aceitariam do diabo o convite de retirar os
sacrários do centro das capelas, sob as mais pífias e solertes
alegações. Se eu construo toda uma Igreja para celebrar o culto ao meu
Deus, devo entender que o centro do Templo – o Sacrário – é todo Dele.
Que argumento terrível é este que faz destinar a Jesus algum canto
escuro e escondido? O único argumento que existe é o desejo sórdido de
expulsar a Deus, para transformar o átrio principal em pista de
demônios. Esta teologia não vem do Papa, mas de satanás!
Mas é o que ele está fazendo em toda a região. Um padre após o outro
ouve a voz do capeta a lhe insinuar esta maldade, e a comete até por
um ato de vergonha, quanto aos outros descarados que já fizeram. Que
já cometeram este crime de lesa Deus! E o povo, ignaro e sem mais
noção, não levanta um dedo em defesa do Sacrário, salvo raríssimas e
honrosas exceções. Pois eu vou reafirmar aqui, com todas as letras,
com a maior segurança e a mais consciente de todas as colocações:
todas, absolutamente todas, as cidades, vilas, povoados e regiões,
estados e países, que tiverem a ousadia de expulsar Jesus do Sacrário
e do átrio principal, serão arrasadas! Marquem isso!
Acaso não está dito nas Escrituras Sagradas que na chegada do Dia do
Senhor e diante dos pés dele as montanhas se derreterão como cera? Não
será por isso que o profeta Miquéias assim gritou em 2, 2 Povos,
ouvi todos! Terra, e tudo o que conténs, está atenta! O Senhor Javé
vai testemunhar contra vós, o Senhor, do alto de sua santa morada. 3 O
Senhor vai sair de sua morada, vai descer e pisar os mais altos cumes
da terra. 4 Sob seus pés fundir-se-ão os montes, os vales se
dissolverão como a cera perto do fogo, como a água que rola pela
encosta. Não foi assim que aconteceu com esta região?
Blumenau e a região atingida são assim um sinal de alerta para todo o
Brasil e para o mundo inteiro. Existem inúmeras lições a se tirar
desta catástrofe. Mas todas as lições devem ter a preocupação
essencial de fazer este povo voltar-se mais decididamente para Deus.
Porque, caso contrário, o que veremos ali é apenas ruína e destruição.
Falo em geral, em todos lugares, prédios e casas, ruindo e afundando
todos sem exceção. Ou com exceção daqueles realmente consagrados ao
Poderoso! Das casas de família realmente voltadas para Deus. Sobrará
viva então, de cada mil, uma pessoa?
Infelizmente, já o sabemos, tudo isso acontecerá. Porque, com efeito,
o povo não se converte, não acredita que estes são sinais. Imaginem se
agora, com estas montanhas se derretendo com tanta água, viesse ainda
um terremoto. Ou será preparação da terra para o grande terremoto que
vem? Vejam, depois do ano 2.000, aumentou em quase 10 vezes o número
dos grandes terremotos, acima de 6º. Mas acaso não está dito: Todo
monte será rebaixado, todo vale será aplainado! Tudo isso é apenas
preparação, meus amigos, para a chegada do grande astro! Aí o homem
saberá quanta falta faz a Eucaristia, nosso escudo!
De fato, os Sacrários são o mais poderoso escudo anti-asteróide que
existe no Universo. São também o mais poderoso escudo contra
catástrofes aqui na terra, especialmente quando, nos templos onde Ele
se encontra, existe adoração, amor e fé. Especialmente onde se reza.
Qualquer localidade do mundo, que quiser manter-se a salvo da
destruição total, deve começar a adoração perpétua, pelo menos a
exposição diária do Santíssimo, no centro da igreja ou da capela, no
átrio principal, com incentivo a visitas diárias, e, mais
especialmente, com a presença e a participação ativa dos sacerdotes.
Sem isso, ou se aquela paróquia acolher o convite do diabo de expulsar
Jesus para as laterais pode a vila inteira se preparar para ser um
sepulcro a céu aberto. Ali todos desaparecerão!
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